O que é e por que fazer a análise de micotoxinas?

O que são micotoxinas?

São metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos filamentosos e que podem contaminar os alimentos destinados ao consumo. A ingestão pelo ser humano pode causar doenças graves e, até mesmo, levar à morte. Por isso, a análise de micotoxinas é tão importante. Como elas são contaminantes naturais, o controle é ainda mais difícil por parte dos produtores. E ainda temos outro agravante: o aparecimento pode ocorrer em qualquer fase. Isso significa que o surgimento das micotoxinas pode acontecer desde o cultivo do alimento à estocagem do mesmo.

Identificando micotoxinas

Para simplificar a compreensão das principais micotoxinas e reforçar a importância da análise de micotoxinas na produção de alimentos, o Laboratório de Análises Micotoxicológicas da Universidade Federal em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, preparou uma relação entre os fungos causadores e os alimentos mais propensos à contaminação. Além disso, é possível identificar os principais fatores de produção para se atentar à prevenção:

Micotoxina
Aflatoxinas. Ocratoxina A.
Fungos que mais produzem
Aspergillus flavus e A. parasiticus. Aspergillus e Penicillium.
Alimentos mais propensos à contaminação
Amendoim, castanhas, nozes, milho e cereais em geral. Milho e grãos estocados.
Principais fatores da produção
Armazenamento em condições inadequadas. Deficiências no armazenamento.

Regulamentação da Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através da RDC Nº 07, de 18 de fevereiro de 2011, regulamenta o tema. Essa resolução aprova os Limites Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. O objetivo é estabelecer tais limites para aflatoxinas (AFB1+AFB2+AFG1+AFG2 e AFM1), ocratoxina A (OTA), desoxinivalenol (DON), fumonisinas (FB1 + FB2), entre outras admissíveis em alimentos prontos para oferta ao consumidor. Isso é o que deverá ser verificado na análise de micotoxinas.

Quem está sujeito a esta regulação?

Estão sujeitas todas as empresas que importem, produzam, distribuam e comercializem as seguintes categorias de bebidas, alimentos e matérias-primas:

  • Amendoim e seus derivados;
  • Alimentos à base de cereais para alimentação infantil (lactentes e crianças de primeira infância);
  • Café torrado (moído ou em grão) e solúvel;
  • Cereais e produtos de cereais;
  • Especiarias;
  • Frutas secas e desidratadas;
  • Nozes e castanhas;
  • Amêndoas de cacau e seus derivados;
  • Suco de maçã e polpa de maçã;
  • Suco de uva e polpa de uva;
  • Vinho e seus derivados;
  • Fórmulas infantis para lactentes e fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância;
  • Leite e produtos lácteos;
  • Leguminosas e seus derivados.

Alergias alimentares

Cabe ressaltar que, além da análise de micotoxinas, é fundamental para a saúde da população a atenção às alergias alimentares. A Anvisa também regulamenta o tema, através da RDC Nº 26, de julho de 2015. Segundo a norma, os principais alimentos que causam alergias alimentares e devem ser obrigatoriamente declarados na rotulagem são:

  1. Trigo, centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas;
  2. Crustáceos;
  3. Ovos;
  4. Peixes;
  5. Amendoim;
  6. Soja;
  7. Leites de todas as espécies de animais mamíferos;
  8. Amêndoa (Prunus dulcis, sin.: Prunus amygdalusAmygdalus communis L.).
  9. Avelãs (Corylus spp.).
  10. Castanha-de-caju (Anacardium occidentale).
  11. Castanha-do-brasil ou castanha-do-pará (Bertholletia excelsa).
  12. Macadâmias (Macadamia spp.).
  13. Nozes (Juglans spp.).
  14. Pecãs (Carya spp.).
  15. Pistaches (Pistacia spp.).
  16. Pinoli (Pinus spp.).
  17. Castanhas (Castanea spp.).
  18. Látex natural.

Fontes:

  • Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Campinas-SP;
  • Universidade Federal de Pernambuco;
  • Laboratório de Análises Micotoxicológicas da Universidade Federal em Santa Maria, no Rio Grande do Sul;
  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).